Ela está ficando mais velha.
Ela não se deu conta disso só por causa do aniversário que já está ali na porta, nem porque não comemorará mais seu vinte e tantos nos.
Sim ela esta vivendo a crise dos "inta".
Inevitavelmente, repensamos a vida. O que fizemos, o que deixamos de fazer, e nessa hora, a consciência é implacável na avaliação e a culpa chega.
"Espiritual-mente" nada mudou desde os vinte, a mesma alma jovem continua aprisionada numa
carcaça que já não é mais a mesma.
E não adianta virem dizer pra ela que isso é besteira porque não é. Ela vê isso porque tem espelho em casa, infelizmente. As mãos, a pele, o peso que não quer mais ir embora, o brilho do cabelo, nada mais é como antes.
Porém também tem o lado positivo, pensando bem.
Quando ela percebe que tem visão das coisas na vida, de que conhece e entende vários tipos de pessoas, da visão de futuro, tudo que nenhuma Universidade ensina quando agente tem vinte e pouquinhos. O filho que cresce, a relação que evolui, a urgência da juventude pelo futuro que se transforma em calma para aproveitar melhor cada minuto do presente.
Então, assim como tudo na vida, os dois lados que fazem tudo ter sentido, graça, sabor e tempero, fazem do inicio da terceira década de vida dela não passar em branco.
E é com esse turbilhão de emoções e sentimentos que ela admite:
-Vou fazer trinta sim, "edae"!(E de acordo com a pesquisa feita com as amigas já balzaquianas, garantem que é a melhor fase da vida. Veremos!)